Bidjar ou Bijar é uma cidade localizada na região do Kurdistão, no noroeste da Pérsia, não muito distante de Tabriz. Os tapetes antigos de Bidjar foram produzidos pelos Kurdos que recebiam encomendas dos governantes persas e pela nobreza para o seu próprio uso ou para serem dados de presente.
Os tapetes Bidjar têm fama mundial por sua durabilidade e por terem dimensões palacianas. São duráveis porque são feitos com uma trama tripla bem compacta. Todos os nós são simétricos e à medida que a tecelã amarrava cada linha de nós, acrescentava uma trama extra e literalmente batia nos nós, fazendo com que se tornassem densos e compactos. De forma que os tapetes Bidjar são muito pesados em relação ao seu tamanho e mais volumosos também. Esta estrutura extremamente firme e pesada criou maior resistência e durabilidade. Por este motivo, os antigos tapetes Bidjar ficaram conhecidos como “os tapetes de ferro da Pérsia”. Dada a sua espessura e forma de confecção, podem ser difíceis de dobrar. O resultado deste trabalho: podem durar mais de 200 anos mesmo sob uso intenso.
A elite dos tapetes Bidjar é chamada Halvai. Algumas das melhores peças destes tapetes antigos foram encomendadas por pela nobreza europeia nos últimos cem anos. Os tapetes Halvai excedem em sua estética e apresentam designs assimétricos e o uso improvisado de cores. Padrões tribais também são encontrados nesses tapetes. Cada família criou os seus próprios padrões e detalhes especiais nos tapetes que teceram.
O design dos tapetes Bidjar geralmente varia entre o geométrico e o floral que pode estar espalhado por toda a área do tapete ou ao redor de um medalhão central. Os tecelões da região de Bidjar transformaram muitos designs persas clássicos em suas próprias interpretações recriando outros designs. Desenhos de tapetes persas “Mina khani” e “Herati” (ambos possuem designs iguais que se reptem por todo o campo do tapete e são ricos em detalhes) e um medalhão em forma de diamante eram frequentemente usados. Uma figura semelhante a uma âncora é encontrada em muitos Bidjars antigos nas extremidades do medalhão ou na forma de pingentes.
Antigo Bidjar Halvai
Já os designs de flores e videiras estilizadas também são encontrados nos tapetes Bidjar. Dois designs de tapetes particularmente raros e procurados são conhecidos como “Garrus” e “Guli Farang”. O design de Garrus geralmente emprega um campo que varia entre os tons azul cobalto ao azul índigo e sobre ele há um padrão em grande escala de arabescos divididos por videiras floridas. O padrão dos antigos Guli Farang, traduzido como “Flor Estrangeira”, também é formado por um design que se espalha por todo o campo principal e muitos acreditam ser uma representação estilizada de flores em tamanho grande. Em peças tecidas antes de 1900, esse motivo geralmente era executado sobre um fundo azul escuro ou marfim.
A rica variedade de cores dos tapetes Bidjar antigos, que vai do verde claro ao verde esmeralda, uma gama completa de tons de azuis e um espectro de cores do amarelo ao vermelho ardente, vermelho tomate ou terracota profunda, demonstra a grande habilidade dos tintureiros de Bidjar.
O ponto culminante da melhor tradição dos tapetes antigos Bidjar ocorreu por volta de 1900. As peças produzidas antes deste período são consideradas obras de arte refinada. Possuem elementos tribais em seu design e uma coloração que não são encontrados em nenhum outro tapete feito nos grandes centros da Pérsia. Os antigos Bidjar são altamente respeitados por colecionadores e amantes da arte dos tapetes por sua singularidade, durabilidade e grande impacto decorativo. Eles são comumente compatíveis com uma ampla gama de decorações tradicionais e contemporâneas.
