Os tapetes Seychour caucasianos antigos são uma expressão dos corações das pessoas que os criaram. Em um terreno acidentado que fica entre as montanhas do Cáucaso e o Mar Cáspio vive um povo que esculpiu uma existência e produziu alguns dos mais belos tapetes antigos do mundo. A área é atualmente fica no atual Azerbaijão. Kuba (Quba) é uma das maiores cidades da região e é famosa por seus tapetes produzidos pelos pequenos grupos étnicos que a cercam.
Os tapetes Seychour caucasianos também são conhecidos como Seichur, Zeychoura e Zeikhour. Eles são feitos na pequena aldeia de Yukhari-Zeykhur, no nordeste do Cáucaso. Os tapetes produzidos por esta aldeia são conhecidos pelos seus desenhos intrincados e cores saturadas. Seychour foi mencionado pela primeira vez por viajantes como um centro de tecelagem apenas no início do século XIX. No entanto, naquela época, poucos europeus visitaram a região e viram essas magníficas obras de arte. Foi somente a partir de 1870 que a ferrovia Trans-Caucasiana permitiu que o resto do mundo visse essas belas obras de arte.
Boa parte das pessoas que habitam as aldeias do Cáucaso vieram como imigrantes muitas vezes deslocados de suas terras tradicionais. Elas incluem pessoas de ascendência judaica, cristãos, budistas, muçulmanos, alemães, russos e nórdicos. Ao mesmo tempo, havia mais de 300 grupos étnicos na área que falavam mais de 150 idiomas. Os Seychour são Tabasarans de ascendência russa que falam um dialeto relacionado ao Lezgi. Eles são leais às suas tradições culturais e às suas formas de arte.
A região de Kuba é um centro da arte de confecção de tapetes desde meados do século XVIII. Os grupos étnicos que habitam o entorno da cidade incluem o Chi Chi, Konagend, Karakashly, Alpan-Kuba, Perpedil e Seychour. Cada um desses grupos produz tapetes com designs, cores e técnica únicas. Os tapetes produzidos pelo Seychour são alguns dos mais belos e valorizados do mundo.
Os tecelões de Seychour inspiram-se na natureza e na paisagem que os rodeia. Eles costumam usar padrões geométricos vibrantes e materiais disponíveis localmente. Em geral, os tapetes antigos da região de Kuba usam lã como urdidura e trama, mas ocasionalmente também utilizam o algodão. Eles normalmente usam o nó de tapete simétrico ou Ghiordes. Às vezes, os tapetes Kuba são incorporados aos tapetes Shirvan, mas os Kuba podem ser diferenciados dos Shirvan por sua estrutura com nervuras e uma maior contagem de nós. Os tapetes de toda a região diferem de aldeia para aldeia em design e estilo, mas muitos deles aprenderam suas técnicas na escola de Kuba, que os unifica como um grupo utilizando dos mesmos elementos estruturais de tecelagem.
Os tapetes Seychour são considerados um subtipo de tapetes da região de Kuba. Os desenhos podem variar, mas existem certas características que distinguem os tapetes Seychour daqueles produzidos em outras partes de Kuba. As urdiduras são tipicamente bege, marfim ou cinza e são feitas de lã natural não tingida. Os nós e a trama são de lã brilhantemente tingida com cores que foram produzidas com plantas encontradas no local.
Existem diferentes tipos de tapetes produzidos em Seychour. Eles incluem tapetes de pelo e algumas peças Soumak, que é um tipo de ponto que envolve a urdidura e forma um tapete de trama plana semelhante aos kilims. Estes são menos comuns do que os tapetes de pelo atados à mão.
Os símbolos e motivos utilizados pelos distintos grupos étnicos são uma forma de distinguir a aldeia em que o tapete foi produzido. Os tapetes Seychour são famosos por vários motivos, incluindo a rosa Seychour, como ficou conhecida. O tapete de rosas é uma versão caucasiana dos designs que foram influenciados pelo gosto europeu. O design consiste em um campo cheio de rosas e uma borda ricamente trabalhada. Eles são muitas vezes encontrados em cores vivas e foram feitos para as casas vitorianas europeias.
Outro design comum é conhecido como “cruz de Seychour”, um design que é mais um X do que uma cruz, repetido no tapete. Outra característica distintiva dos tapetes Seychour é o uso do que é conhecido como borda do “cão correndo” e às vezes é simplesmente chamada de borda Seychour. O número e os tipos de bordas variam nos tapetes Seychour. Eles podem ter uma borda, duas bordas ou nenhuma. Eles costumam usar a borda do cão correndo cercada por uma borda interna de vermelho liso para separá-lo do campo principal do tapete. Os tapetes Seychour geralmente têm um campo amarelo, marfim ou verde.
O verde é uma cor especial porque requer um processo de tingimento complexo que envolve primeiro tingir a lã de azul usando índigo e depois tingi-la em amarelo para produzir o verde. Os tapetes Seychour são valorizados por suas representações altamente detalhadas de flores e outros motivos, bem como por suas lindas cores saturadas. A rosa e a cruz de Seychour são os dois principais desenhos que distinguem os tapetes deste grupo. Eles são tapetes caucasianos antigos de qualidade requintada.
