Não é mais segredo que conservar e proteger o meio ambiente é uma prioridade hoje. Vemos isso em todos os lugares, seja nos veículos híbridos ou nos painéis solares. Há um forte interesse em reduzir o nível de poluição ao meio ambiente e as pessoas estão modificando muitos aspectos em suas vidas. E as tendências em design de interiores não são diferentes.

Há muito o que se pode fazer que resulta em uma grande diferença para o mundo ao nosso redor. É sempre importante ter em mente quais materiais podem ser prejudiciais ao meio ambiente. Uma boa regra é sempre lembrar de comprar tapetes com alta durabilidade, que possam ser conservados e reutilizados várias vezes.

Neste artigo, vamos mostrar por que comprar um tapete antigo é estar alinhado com um mundo mais sustentável, levando em conta desde o tipo de material usado em sua fabricação até os aditivos químicos que ele pode conter.

Materiais sintéticos versus naturais

De um modo geral, existem duas categorias diferentes de materiais que são usados ​​na confecção de tapetes – naturais e sintéticos. Os tapetes sintéticos são feitos de nylon, poliéster e/ou polipropileno. Gasta-se muito mais energia na fabricação de tapetes com materiais sintéticos do que com os materiais naturais, o que significa que eles não são tão ecológicos. Utiliza-se pouca energia para produzir um tapete de lã, cerca de 20% da energia necessária para um tapete de nylon. 

As fibras naturais, como a lã, além de serem renováveis, podem ser cultivadas sem nenhum aporte químico. A lã tem fortes propriedades isolantes e é naturalmente antibacteriana, tornando-se uma boa escolha se você deseja comprar um tapete sustentável ou ecológico. A lã atua como um purificador de ar natural, contribuindo para a alta qualidade do ar no interior de sua casa e não emite gases nocivos. Tapetes de lã evitam a perda de calor e contribuem para que o ambiente permaneça fresco e confortável.

Aditivos químicos

Enquanto algumas fibras, como a lã, possuem alta proteção UV e são mais resistentes ao fogo, as fibras sintéticas podem requerer a adição de produtos químicos durante o processo de fabricação dos tapetes. Produtos químicos podem ser adicionados aos tapetes para ajudar a eliminar poeira, mofo e manchas, além de torná-los resistentes a chamas e insetos. Se você já entrou em uma loja e inalou aquele forte cheiro “químico” em vez do habitual pó de lã, você provavelmente sentiu a emissão dos aditivos químicos. Obviamente, os tapetes do final do século XIX não exalam produtos químicos cancerígenos, ao contrário de muitos tapetes sintéticos ou tapetes tingidos com corantes químicos. Por causa destes aditivos, os tapetes sintéticos são facilmente inflamáveis. Já os antigos de pura lã, se colocados na frente de uma lareira e algumas faíscas caírem no tapete, elas se apagarão. O alto teor de umidade das fibras de lã, juntamente com seus componentes de proteína, proporciona aos tapetes de lã uma excelente resistência natural ao fogo. As fibras de lã são difíceis de inflamar e são autoextinguíveis.

Vida útil e biodegradabilidade

Uma das desvantagens ambientais dos tapetes produzidos atualmente é que eles têm uma vida útil relativamente curta. No entanto, a vida útil de um tapete aumenta consideravelmente se ele for feito de lã, à mão (em vez de feito à máquina). Dependendo do cuidado dispensado, poderá durar 60 ou mais anos.

A lã é totalmente biodegradável. É composta de cadeias de aminoácidos naturais. À medida que a lã se degrada, são liberados nutrientes vegetais ricos,  como potássio, nitrogênio e fósforo. Mesmo que um tapete de lã seja colocado em um aterro, ele se decomporá sem deixar resíduos nocivos. Já os tapetes compostos por nylon ou materiais sintéticos provenientes de produtos petroquímicos, talvez nunca se desfaçam completamente.

Corantes sintéticos versus naturais

Outra coisa a considerar é o tipo de corante que foi usado para colori-lo. Os corantes químicos contêm aditivos ​​que podem ter um impacto negativo nos recursos hídricos quando comparados aos corantes vegetais que são naturais. A maioria dos corantes utilizados nos tapetes antigos é natural. 

Um ponto adicional para sua consideração é que nada foi morto para fazer a obra de arte de um tapete antigo. As ovelhas continuaram a produzir lã depois de tosquiadas, as plantas usadas para fazer os corantes produziram novas folhas, raízes, cascas etc. A lã é uma fibra renovável – cresce continuamente nas costas de uma ovelha durante todo o ano. No final da sua vida útil, um tapete de lã pode ser devolvido ao solo e a lã em decomposição promove o crescimento vegetal e o ciclo natural de produção recomeça.

Se você olhar ao microscópio a lã que foi tingida com corantes vegetais,  verá que existem diferenças nas cores da lã que foi tingida com os corantes químicos. A lã tingida com corantes artificiais não possui a variação de cores que se encontra na lã tingida com corantes naturais, pois as cores químicas tendem a ser produzidas seguindo a mesma tonalidade. Consequentemente, elas não produzem o efeito visual de profundidade característico dos corantes naturais.

O tapete tingido naturalmente se aproxima da cor que vemos na natureza e é mais suave e cativante. Portanto, outro benefício adicional ao se adquirir um tapete antigo é a essência natural que o tapete transmite. Pense nas cores fascinantes do mar, da floresta, das flores, das montanhas. Essa qualidade variada que está em toda parte e em qualquer lugar do mundo natural, pode estar também dentro de sua sala de estar.

Infelizmente, os tapetes antigos ainda são uma das formas de arte mais desvalorizadas. Pinturas assinadas por artistas famosos são vendidas por milhões de dólares enquanto esses maravilhosos tapetes, que muitas vezes levaram muitos meses para serem tecidos, são ainda comprados por quantias relativamente pequenas.

Mas, pensando em sustentabilidade, os tapetes antigos são sua melhor escolha. Além do argumento óbvio sobre sua estética, um tapete feito do período que vai entre o século XIX e até o início do século XX possui uma excelente qualidade. Ele foi feito com lã fiada à mão e corantes vegetais e animais foram empregados na sua confecção. Não há dúvida de que um tapete produzido sob estas condições durará mais que qualquer cópia feita à máquina e, se for bem cuidado, estará em boas condições no momento em que você começar a pensar para quem o deixará de herança.  Tapetes desse nível de qualidade são duráveis, mais resistentes a manchas (já que a lanolina natural da lã ainda está presente) e enriquecem o ambiente da sua casa por muito tempo. E o melhor, comprar um tapete antigo de nível artístico é a forma imbatível de proteger o meio ambiente!