Saiba como identificar quem fez um tapete antigo com base em seu design

Você sabia que existe uma profunda relação entre o tipo de nó que é dado em um tapete com o seu design? Dependendo do nó que é usado, o design será mais retilíneo ou mais curvilíneo. De forma que, geralmente, é possível saber onde um tapete antigo foi feito e por quem dependendo do nó e do seu design. Neste texto, vamos explicar para você como se dá esta relação e o que determina o design de um tapete.

O que forma o tapete é o conjunto de nós atados à sua urdidura. Existem vários tipos de nós. Os dois principais, mais encontrados nos tapetes antigos, são os chamados nó turco ou nó Ghiordes, e o nó persa ou nó Senneh. Eles diferem porque, no nó turco, os dois fios da urdidura (fios na vertical) são unidos através do fio da lã pelo qual o nó é atado. No caso do nó persa, embora o fio de lã passe pelos dois fios da urdidura, apenas uma ponta do fio é amarrada na urdidura e a outra ponta fica solta.

Tapetes feitos com o nó turco possuem em seu design linhas retas pois o nó que fecha o espaço entre as urdiduras dificulta que se produzam linhas curvas.

Nó Turco ou Nó Ghiordes
O nó Turco ou Ghiordes é duplo
O nó Persa ou Senneh é solto
Kurdo, Anatolia, 1875

Até a metade do século XIX, ou seja, antes da influência europeia sobre os tapetes orientais, as áreas que empregavam os nós turcos e os nós persas eram mais definidas, principalmente nas regiões em que os grupos turcos viviam. Todos os tapetes da Anatólia ou turcos, exceto aqueles produzidos nos ateliês de Istanbul ou nas suas vizinhanças, tinham o design estritamente geométrico. Além deles, muitos grupos caucasianos exploraram as variações do desenho geométrico com a mais alta perfeição, além dos grupos nômades de origem turca que viviam no sul e no oeste da Pérsia, como os Afshar, os Shiraz, os Qashga’i, os Luri e os Curdos.

Durante o século XIX, no entanto, os motivos florais passaram a fazer parte do estilo geométrico e assim é possível encontrar algumas peças desta época contendo uma mistura de ambas as tendências.

Mais para o leste, os grupos turcomanos que habitam o que é hoje conhecido como o Turcomenistão, o Afeganistão e a Pérsia, sempre mantiveram o design retilíneo. Os grupos Tekke, Saryk, Yomud e Ersari souberam produzir obras de arte com um mínimo de uso de cor, mas ao mesmo tempo, com magnífica sutileza de nuances, conservando o seu próprio design.

Turcomano Yomud, Século XVII

No entanto, o ápice da ornamentação floral e a supremacia das linhas curvas foi alcançado na Pérsia Central no final do século XV e durante o século XVI. Foi graças ao nó Senneh, que permite ao artista fazer um design delicadamente curvilíneo, que surgiram as obras-primas da arte oriental da tecelagem que, desde os primeiros tempos, encantam os amantes da arte têxtil. Artistas talentosos adaptaram as ilustrações dos livros e as capas dos livros (outra forma da arte persa) perfeitamente executadas para o design dos tapetes. Criaram os famosos tapetes que podem hoje ser admirados em museus de todo o mundo e que, de acordo com o seu design, foram agrupados como tapetes de vasos, tapetes de caça, tapetes de animais etc. Junto com a criação do nó persa, a gama de cores empregadas aumentou, dando origem à criação de obras de arte que, na sua beleza e harmonia de cores, não são de forma alguma, inferiores às artes plásticas. Na Pérsia, as linhas retas e curvas podem ser encontradas lado a lado até os dias de hoje, embora um tapete persa, comparado com um tapete caucasiano, turco e turcomano, sempre terá a tendência de apresentar o design curvilíneo.

Persa Mohtasham Kashan, 1875

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Época (circa)

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18501970

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57cm366cm
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110cm626cm

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