Se você está no mundo do design de interiores, deve se lembrar que a cor “coral vivo” ou rosa-salmão foi escolhida pelo Instituto Pantone Color System como a cor de 2019. Mas, este tom não é novidade alguma. Os antigos persas criaram esta cor há mais de cem anos! Na verdade, você ficaria surpreso ao saber que as tendências anunciadas como as “mais recentes” são na realidade muito antigas, às vezes remontando a séculos, como é o caso do “coral vivo” ou rosa-salmão – o tom oriental de rosa mais icônico, empregado nos antigos tapetes persas de Sarouk no atual Irã.
As cores dos tapetes Sarouk
Mesmo após a introdução e popularização dos corantes sintéticos na segunda metade do século XIX, os tecelões continuaram a utilizar corantes naturais, vegetais ou animais para obter a qualidade, a autenticidade e o aspecto único dos seus tapetes. A gama de cores utilizadas nos tapetes Sarouk antigos é bastante ampla, mas as mais utilizadas são: azul, amarelo, marrom e o famoso tom de rosa.
O rosa único dos tapetes Sarouk
Os antigos tapetes Sarouk têm, na maioria das vezes, uma cor característica rosa com tons de salmão, conhecido como “coral vivo” ou dughi. Esta tonalidade única era obtida através da mistura de substâncias especiais no processo de tingimento da lã. A cor básica era o vermelho, geralmente feito a partir da raiz da garança – uma planta silvestre que passou a ser cultivada a partir do momento em que as pessoas descobriram as suas propriedades. Então, como exatamente era feito o “coral vivo” da Pérsia?
Criando o rosa-salmão
Primeiro, a raiz de garança era seca, pulverizada e dissolvida em água. Depois, era misturada com iogurte ou leite fermentado – ambos os produtos contêm ácido láctico que faz com que as fibras da lã fiquem um pouco amareladas, mas também as torna bem luminosas e duráveis. Os fios eram banhados nesta tintura especial por algumas horas, para depois serem bem enxutos e secos. O resultado are a confecção de um tapete na cor rosa-salmão ou “coral vivo” com um brilho magnífico.
O mais moderno dos designs Sarouk
No final do século XIX, o rosa salmão era uma cor extremamente popular, principalmente no mercado norte-americano. Por isso, no final do século XIX e nos primeiros anos do século XX, foi produzido um grande número de tapetes neste tom destinados à exportação para os EUA. Este grupo de tapetes recebeu um nome próprio – “American Sarouk”. Para torná-los ainda mais atraentes ao gosto dos consumidores ocidentais, o design dos American Sarouk era feito com desenhos botânicos e florais naturalistas e curvilíneos: buquês ou galhos floridos que formavam um padrão que se espalhava, cobrindo toda a área principal do tapete ou que rodeava um medalhão.
O antigo tapete Sarouk
O rosa-salmão tem praticamente a mesma aparência do tom “coral vivo”, porém as tonalidades podem variar dependendo de muitos fatores que resultam do processo de tingimento manual e tradicional (qualidade da matéria-prima, proporções, tempo etc.). Estas pequenas variações de tons, também conhecidas como efeito abrash, aparecem na maioria dos tapetes antigos.
Um antigo tapete Sarouk na cor rosa-salmão permite uma ampla gama de combinações. Fica maravilhoso como complemento de interiores com tons de areia como o bege ou o branco acinzentado. Em um design de estilo escandinavo ou rústico, combina bem com os móveis feitos de madeira. Um tapete neste tom também se encaixa perfeitamente em residências mais clássicas e elegantes. De qualquer forma, um tapete Sarouk antigo seria um complemento perfeito para o design de sua casa!